26/10/2018

O meu filho não come legumes. E agora? | O Espaço da Nutricionista



“Não gosto de legumes.” “Não quero sopa.” “Só gosto de maçãs e cenouras.” “Não gosto nada de espinafres!”
Estes são só alguns exemplos do que a maioria dos pais está habituado a ouvir principalmente em relação aos hortícolas, mas, por vezes, também à fruta. De facto, para muitas crianças, o consumo de fruta e legumes não é um hábito adquirido.

Segundo um estudo recente apresentado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), 3 em cada 4 crianças entre os dois e os dez anos come menos de 5 porções de fruta e legumes por dia. Isto faz-nos pensar como é importante criar mecanismos para combater esta situação.

Hoje, partilho algumas estratégias para facilitar o vosso dia-a-dia.

Assim, de que forma é que em casa podemos fazer com que as crianças comam mais fruta e legumes?

Primeiro conselho: introduzir sempre fruta ao pequeno almoço. Começar o dia com uma peça de fruta é uma excelente estratégia, pois pode surgir em várias receitas (papas de aveia, purés, fruta laminada).

Nos lanches para a escola também podem entrar alguns legumes, como, por exemplo, o tomate cherry, cenouras e pepinos baby como petiscos, ou, então, alface, rúcula, espinafres como enriquecimento do recheio do pão.

Mas, e quando o problema é mesmo nas refeições principais? Em primeiro lugar envolver as crianças na planificação das refeições e na confeção das mesmas, pode ser uma mais valia no momento da refeição - e se tem um verdadeiro mini chef aí em casa não perca os nossos workshops de comida saudável para crianças (no Todos P'ra Mesa temos um no dia 3 de novembro para crianças entre os 7 e os 12 anos, com jantar incluído).

Inserir os legumes diretamente nas receitas - bacalhau, batata doce e espinafres, esparguete com creme de abóbora, presunto e parmesão ou, até, tarte integral de beterraba e feta e húmus de grão -, muitas vezes torna a tarefa mais simples.

Criar um mapa de consumo de legumes, onde registam os legumes novos que a criança aceita experimentar, criando metas. Por exemplo, este mês o objetivo é provar dois legumes novos três vezes e comer novamente um legume que pensamos não gostar.

Espero que estes pequenos conselhos sejam úteis para o vosso dia a dia. Partilhem connosco as vossas estratégias.
Além do trabalho em casa, acredito também que a escola também tem um papel muito importante no incentivo ao consumo destes alimentos. Na escola, quando motivadas para tal, as crianças estão mais predispostas a provar novos alimentos, pois a influência do grupo de pares fala mais alto. Mas quanto à alimentação nas escolas, falamos noutro post. 

Já agora, sou suspeita, mas acredito que inscrever os miúdos numa atividade extracurricular de educação alimentar pode ajudar em todas estas questões.


Catarina Trindade
Nutricionista | Todos P'ra Mesa

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