O salmão tem estado envolto de muita polémica. Alguns estudos recentes apontam que os peixes gordos como o salmão, o halibute ou o atum contêm uma grande concentração de metais pesados, como mercúrio ou arsénio, e que, por isso, são cancerígenos. Tal como na maioria dos produtos que consumimos, é importante verificar onde e como são criados.
O melhor salmão, o selvagem, é oriundo de países como a Rússia, o Alaska ou, em alguns casos, da Noruega. Não se enganem: nem todo o salmão da Noruega é bom.
Infelizmente, a maior parte do salmão que comemos actualmente não é criado em mar, mas em viveiros, produzido de forma industrial para endossar as montras ou arcas congeladoras das incontáveis cadeias de supermercados que o quer. E querem-no a preço baixo.
Mais de metade do salmão consumido no mundo é proveniente de cativeiros chilenos e canadianos. Estes criadores preocupam-se em abarrotar os tanques, alimentando os peixes com farinhas e corantes sintéticos (que garantem a cor rosada), antibióticos e gordura para assegurar o rápido crescimento. A procura intensificou-se nos últimos anos e gerar lucro é a única preocupação.
Mas também no mar é possível criar-se salmão em cativeiro, através de jaulas metálicas e alimentado exactamente como descrevi nas linhas anteriores. Esse, todo esse peixe, nem sequer é rico em Ómega 3.
Este ano, as autoridades sanitárias do Canadá aprovaram o salmão de rápido crescimento e geneticamente modificado como seguro para consumo e livre de rótulos que informem o consumidor. Muito triste.
Depois de ter escrito tudo isto, sinto que estou a desincentivar-vos a experimentarem esta receita. Obviamente, que não é nada disso. Eu não sou nutricionista, nem ambientalista; sou jornalista e sou uma curiosa. Talvez seja essa minha veia que faz com que prefira partilhar esta informação convosco, impelindo-vos a comprar em consciência. Mas sem fundamentalismos.
Quando como sushi, não indago as pessoas sobre a origem do peixe. É provável que corra riscos - como quando ingiro frango - e que até se repercuta na minha saúde mais tarde, mas não deixo de ir a um restaurante por causa disso. Agora: se modero o consumo? Claro que sim. O mesmo se passa com o açúcar refinado e com dezenas de ingredientes que fazem parte do nosso dia-a-dia. A liberdade de informação e de escolha andam de mãos dadas.
Uma dica: quando não tiverem a absoluta certeza de onde vem o salmão que brilha em frente dos vossos olhos, evitem-no.
A vossa saúde agradece.
A vossa saúde agradece.
INGREDIENTES
[para duas pessoas]
2 postas de salmão fresco
Sementes de sésamo branco q.b.
Flor de sal q.b.
Sumo de meio limão
4 hastes de tomilho fresco
1 e 1/2 beterraba cozida
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
1 colher de sopa de manteiga de amendoim (100% amendoim)
2 colheres de sopa de iogurte de soja magro natural (sem açúcar adicionado)
PREPARAÇÃO
- Cortamos cuidadosamente cada uma das postas de salmão a meio, no sentido do comprimento, removendo a espinha central.
- Colocamos as sementes de sésamos num prato raso e comprimimos sobre elas uma das faces do salmão.
- Levamos uma frigideira anti-aderente seca a lume médio-alto e quando estiver bem quente, douramos o peixe por 2/3 minutos, com o lado das sementes virado para baixo. Viramos e douramos o outro lado por mais 2 minutos. Temperamos com um pouco de flor de sal e sumo de limão e reservamos.
- Num liquidificador, trituramos a beterraba juntamente com o vinagre e a manteiga de amendoim. Provamos e, se necessário, acrescentamos sal.
- Colocamos no prato metade do puré de beterraba e uma colher de sopa de iogurte. Mexemos com um garfo para envolver. Colocamos as duas meias postas de salmão. Repetimos o processo para o outro prato, polvilhamos com mais tomilho e servimos de imediato.
Nota: o puré de beterraba pode ser servido quente ou frio.
Instagram @anachaves
Muito obrigada por esta receita e esclarecimento. Comprei salmao selvagem do Alaska e nem consigo comprar outra variedade. Acho muito triste ver grande parte de excelentes peixes serem criados em aquacultura... Adoro este blogue, obrigada!
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