Out & About #3 – Cooking and Nature Emotional Hotel

Agora que as férias terminaram e estamos de volta à rotina, sabe bem explorar os álbuns e regressar, mesmo que em pensamento, aos sítios onde passámos os meses quentes. Onde fomos felizes – por que não dizê-lo?

Para as nossas primeiras férias com a Camila excluímos destinos que implicassem muitas horas de viagem (por motivos óbvios) ou locais com condições deficitárias para hospedar um bebé  – e deixem-me que vos diga, este passou a ser um assunto sensível para mim. Nos poucos meses de vida dela, já nos apareceu de tudo um pouco: desde quartos onde o berço nunca mais aparecia, a hotéis sem espaços/zonas comuns onde pudéssemos ter a bebé mais à vontade (mesmo que na descrição digam que as crianças são bem-vindas (claro que sim!), a WC's sem fraldários ou com o mínimo de condições que nos permitisse sequer estender um trocador em segurança.

O Cooking and Nature foi uma revelação para mim. 

Fizemos a viagem em menos de duas horas (perdemo-nos pelo caminho), mas lá chegamos com muito sol. O hotel fica na zona da Serra de Aire e Candeeiros, muito perto de Porto de Mós numa aldeia chamada Alvados. O caminho de terra batida anuncia um lugar calmo, sem movimento, onde se respira sem pressa.

Na recepção não estava ninguém à nossa espera. Ao contrário do que isto possa parecer, fiquei logo com uma boa impressão. Como se chegássemos a casa e andássemos à vontade.

Entretanto, apareceu a Jéssica, muito simpática, que nos apresentou o hotel e explicou tudo. Começámos pelo Honesty Bar - que, mais uma vez, parece o bar lá de casa (mas melhor decorado e com muita oferta, sobretudo de gins). Era-nos pedido apenas que apontássemos o consumo numa folha branca. No fundo, que fôssemos honestos. Os biscoitos e a fruta eram cortesia.

Depois, as zonas comuns. Uma cozinha linda que me fez suspirar, uma sala para os miúdos, com jogos, livros, televisão, e uma outra para os adultos, mais serena, luminosa, com vários sofás onde nos sentámos confortavelmente a ler, um espaço exterior com esplanada e redes de baloiço suspensas no tecto, uma piscina com o tamanho suficiente para nos refrescarmos do calor árido do interior, e, pelo meio, pormenores deliciosos, que fazem deste, provavelmente, o hotel mais bonito onde já estive.

A cada nova descoberta, aumentavam as expectativas para a chegada ao quarto. No elevador, fiz questão de perguntar qual dos doze nos tinha calhado em sorte. – "O do Aconchego", disse a Jéssica. Sorri. Já o conhecia das fotografias, embora não me recordasse de ver o tecto onde dois pinguins adultos aconchegam a sua cria. Perfeito.

O quarto é relativamente pequeno (com o berço ficava difícil transitar na parte junto à janela), e decoração muito simples, bonita e fiel ao tema, sem luxos, sem adornos desnecessários e inúteis.

Como amamento esta minha cria senti apenas falta de uma poltrona confortável para o efeito.

A rotina dos dias era muito semelhante. Começávamos pelo pequeno-almoço, que tinha tudo aquilo que eu aprecio - ovos, requeijão, compotas, granolas incríveis, sumo natural, dois tipos de pão, mini-croissants quentinhos, café fresco e muito aromático) e depois íamos para junto da piscina ou para um dos baloiços, adormecer a Camila.

O hotel estava completamente lotado (não é difícil), com famílias de várias nacionalidades (conhecemos portugueses, belgas e holandeses) e as crianças entendiam-se todas naquela linguagem universal que é brincar.

Num dos dias aproveitámos para conhecer Porto de Mós e visitar Alcobaça, mas, por norma, ficávamos no hotel a almoçar. A oferta da carta é simples e diminuta (sopa, tostas e saladas), embora fosse tudo muito saboroso e visualmente apelativo.

A decoração, sempre a decoração...

Ora, num hotel que dá tanta ênfase à cozinha, não tínhamos como furtar-nos à experiência da cooking lesson. E, claro, as expectativas eram elevadíssimas.

O menu daquele dia (noite, no caso) tinha como entrada salada de lulas, como prato principal risotto de pato com laranja e como sobremesa tarte tatin com maçã de Alcobaça. 

Acho que o conceito de pôr as pessoas a cozinhar o próprio jantar é engraçado, mas a aula foi um pouco básica demais para quem já tem noções de cozinha (esperava algo mais completo)  e não muito dinâmica (eu teria preferido fazer a aula com outras pessoas, e não apenas com o meu marido). Imagino que seria um bom estimulante para a conversa e o convívio entre hóspedes (obviamente, se todas as partes anuíssem). No entanto, aprendi dicas muito úteis e a Gui foi muito esclarecedora sempre que lhe coloquei dúvidas.

O hotel também organiza workshops de olaria, passeios de btt pela serra, caminhadas, aulas de ioga, entre outras coisas. Actividades não faltam, seja para explorar a natureza, seja para fugir da rotina da estadia em hotel.

Foram quatro dias óptimos, perfeitos para recuperar energias e conhecer novos refúgios deste país tão bonito.

Parabéns ao Rui Anastácio, proprietário do hotel, e a toda a equipa que nos tratou sempre tão bem. É um daqueles sítios para ir e onde se quer mesmo estar. E regressar.

Instagram @anachaves

GuardarGuardar